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Introdução Carta aos Gálatas

Autor da Carta aos Gálatas

O versículo inicial identifica o autor da carta aos Gálatas como o apóstolo Paulo. Gálatas foi conhecida e usada por Clemente de Roma (95 d.C.), Policarpo (c. 110 d.C.), Justino Mártir (c. 140 d.C.), Irineu (c. 175 d.C.), Clemente de Alexandria (c. 200 d.C.), Tertuliano (c. 200 d.C.), Orígenes (c. 250 d.C.) e Eusébio (c. 315 d. C.).Afora alguns poucos estudiosos do séc. XIX , ninguém pôs seriamente em dúvida sua autoria.

Data e Destinatário

A data da Carta aos Gálatas depende em grande medida do destino da carta. Existem sobretudo duas opiniões:

  1. A teoria do norte da Galácia. Essa teoria mais antiga sustenta que a carta aos Gálatas foi endereçada às igrejas localizadas no centro-norte da Ásia Menor (Pessino, Ancira e Távio), onde os gauleses tinham-se estabelecido quando invadiram a área no século 3 antes de Cristo. Sustenta-se que Paulo visitou essa região na sua segunda viagem missionária, embora Atos não contenha nenhuma referência a tal visita. Sustenta-se que Gálatas foi escrita entre 53 e 57 d.C., em Éfeso ou na Macedônia.
  2. A teoria do sul da Galácia. Segundo essa teoria, Gálatas foi escrita às igrejas da região sul da província romana da Galácia (Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra e Derbe), que Paulo fundara em sua primeira viagem missionária.
  3. Alguns acreditam que Gálatas foi escrita na Antioquia da Síria em 48-49 d.C., depois da primeira viagem de Paulo e antes da reunião do concílio de Jerusalém (At 15). Outros dizem que Gálatas foi escrita em Antioquia da Síria ou em Corinto entre 51 e 53.

Ocasião e propósito

Os judaizantes eram cristãos judeus para quem, entre outras coisas, várias das práticas cerimoniais eram ainda obrigatórias para a igreja do NT . Depois da campanha bem-sucedida de Paulo na Galácia, insistiram em que os convertidos gentios ao cristianismo cumprissem determinados ritos do AT , sobretudo a circuncisão.

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É possível que tenham sido motivados pelo desejo de evitar a perseguição dos judeus zelotes, que levantavam objeções contra a confraternização com os gentios (v. 6.12). Os judaizantes sustentavam que Paulo não era apóstolo legítimo e, movido pelo desejo de tornar a mensagem mais atraente aos gentios, tinha eliminado do evangelho certas exigências legais.

Paulo refutou essas acusações confirmando sua autoridade apostólica e assim fundamentando o evangelho que pregava. Introduzindo outros pré-requisitos para a justificação (e.g., obras da lei), seus adversários tinham pervertido o evangelho da graça e, se não fossem impedidos, submeteriam os convertidos de Paulo ao jugo do legalismo.

É somente pela graça mediante a fé que o homem é justificado, e é apenas pela fé que deve levar a nova vida na liberdade do Espírito.

Ensino teológico

A carta aos Gálatas destaca-se como apologética eloqüente e vigorosa a favor da verdade essencial do NT , segundo a qual o homem é justificado pela fé em Jesus Cristo — por nada mais que isso, e por nada menos —, santificado, não por obras legalistas, mas pela obediência que provém da fé na obra de Deus a favor dele, dentro dele e por meio dele, mediante a graça e o poder de Cristo e do Espírito Santo.

Foi a redescoberta da mensagem básica da carta aos Gálatas que conduziu à Reforma. Gálatas é muitas vezes mencionado como “o livro de Lutero”, uma vez que o reformador dependeu maciçamente da carta em seus escritos e argumentos contra a teologia reinante em seus dias.

Um versículo-chave é 2.16 (v. nota – Três vezes afirma que ninguém é justificado pela observância da lei e três vezes ressalta a exigência indispensável de depositar a fé em Cristo. pela prática da lei. Paulo não está depreciando a própria lei, pois sustentava claramente que a lei de Deus é santa, justa e boa (Rm 7.12).

Está argumentando, sim, contra o uso ilegítimo da lei do AT , que fazia dela o fundamento da aceitação diante de Deus. justificados pela fé. A essência da mensagem do evangelho (v. Rm 3.20,28; Fp 3.9; v. tb. notas em Rm 3.24,28). A fé é o meio de receber justificação, não seu fundamento.).

Esboço

  1. Introdução (1.1-9)
    • Saudação (1.1-5)
    • Denúncia (1.6-9)
  2. Pessoal: validação do apóstolo da liberdade e da fé (1.10—2.21)
    • O evangelho de Paulo foi recebido por revelação especial (1.10-12)
    • O evangelho de Paulo independia dos apóstolos de Jerusalém e das igrejas da Judéia (1.13—2.21)
      • Evidenciado por suas primeiras atividades como cristão (1.13-17)
      • Evidenciado por sua primeira visita pós-cristã em Jerusalém (1.18-24)
      • Evidenciado por sua segunda visita pós-cristã em Jerusalém (2.1-10)
      • Evidenciado por ele ter repreendido Pedro em Antioquia (2.11-21)
  3. Doutrinário: justificativa da doutrina da liberdade e da fé (caps. 3, 4)
    • A experiência do evangelho pelos gálatas (3.1-5)
    • A experiência de Abraão (3.6-9)
    • A maldição da lei (3.10-14)
    • A prioridade da promessa (3.15-18)
    • O propósito da lei (3.19-25)
    • Filhos, não escravos (3.26—4.11)
    • Apelo para serem libertos da lei (4.12-20)
    • A alegoria de Agar e Sara (4.21-31)
  4. Prático: a prática da vida da liberdade e da fé (5.1—6.10)
    • Exortação à liberdade (5.1-12)
    • A vida no Espírito, não na carne (5.13-26)
    • Convite à ajuda mútua (6.1-10)
  5. Conclusão (6.11-18)

Fonte: Bíblia de Estudo NVI (Nova Versão Internacional) – Editora Vida

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