Autor do Evangelho de João
O autor é o apóstolo João, “discípulo a quem Jesus amava” (13.23; 19.26; 20.2; 21.7,20,24). Era de grande destaque na igreja primitiva, mas não é mencionado por nome nesse evangelho — fato que seria natural se fosse o autor, mas de outra forma seria de difícil explicação.
O autor conhecia bem a vida judaica, como se vê nas suas referências às especulações do povo acerca do Messias (e.g., 1.20,21; 7.40-42), à hostilidade entre judeus e samaritanos (4.9) e aos costumes judaicos, como o dever da circuncisão ao oitavo dia ter precedência sobre a proibição do trabalho no sábado.
Conhecia a geografia da Palestina, localizando Betânia cerca de 15 estádios (quase 4 km) de Jerusalém (11.18) e mencionando Caná, aldeia não mencionada em nenhum escrito anterior que se tenha conhecimento (2.1; 21.2).
O evangelho de João contém muitos toques que obviamente se baseavam nas reminiscências de uma testemunha ocular — como a casa em Betânia, que ficou cheia da fragrância do frasco quebrado de perfume (12.3).
Escritores primitivos como Ireneu e Tertuliano declaram que João escreveu esse evangelho, e todas as demais evidências concordam com isso (veja “Introdução, 1João: Autor”).
Data do Evangelho de João
De modo geral, defendem-se duas opiniões acerca da datação desse evangelho:
- O conceito tradicional situa-o próximo ao fim do séc. I , por volta de 85 d.C., ou posteriormente
- Mais recentemente, alguns estudiosos têm apresentado como possibilidade uma data anterior, talvez já na década de 50 e não depois de 70 d.C.
O primeiro conceito talvez se baseie numa declaração de Clemente de Alexandria de que João teria escrito para suplementar os relatos dos demais evangelhos (Eusébio, História eclesiástica, 6.14.7), sendo seu evangelho nesse caso posterior aos três primeiros. Também se afirma que a teologia aparentemente mais desenvolvida do quarto evangelho revela sua origem posterior.
O segundo conceito encontra apoio porque mais recentemente se tem acredita do que João escreveu de modo independente dos demais evangelhos. Isso não contradiz a declaração de Clemente, acima referida.
Além disso, os que sustentam esse conceito ressaltam que uma teologia mais elaborada não é necessariamente um argumento a favor de uma origem em data posterior. A teologia de Romanos (escrita c. 57) não é em nada menos elaborada que a de João.
Além disso, a declaração, em 5.2, de que “Há” (e não “havia”) um tanque “perto da Porta das Ovelhas” talvez mostre a possibilidade de uma data anterior a 70 — data da destruição de Jerusalém. Outros, no entanto, observam que João, em outros textos, às vezes empregava o tempo presente ao se referir ao passado.
Propósito e destaques do Evangelho de João
Para alguns intérpretes o propósito de João era propor uma versão da mensagem cristã que fosse atraente aos pensadores gregos. Outros detectam um desejo de suplementar (ou retocar) os evangelhos sinóticos, de combater alguma forma de heresia, de opor-se aos que continuavam sendo seguidores de João Batista ou de atingir algum objetivo semelhante.
Mas o próprio autor declara nitidamente seu propósito principal: “… estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome” (20.31). É possível que tivesse em mente sobretudo os leitores gregos, alguns dos quais estavam em contato com influências heréticas, mas sua intenção primordial era evangelística.
É possível entender “creiam” no sentido de “continuem crendo” — e nesse caso o propósito seria edificar os crentes, além de conquistar novos convertidos.
Esboço do Evangelho de João
- Prólogo (1.1-18)
- Início do ministério de Jesus (1.19-51)
- O ministério do seu precursor (1.19-34)
- Jesus fica conhecendo alguns dos futuros discípulos (1.35-51)
- O ministério público de Jesus: sinais e discursos (capítulos. 2—11)
- A transformação da água em vinho (2.1-11)
- A purificação do templo (2.12-25)
- A entrevista com Nicodemos (3.1-21)
- O ministério paralelo com João Batista (3.22—4.3)
- Viagem pela Samaria: a mulher à beira do poço (4.4-42)
- A cura do filho do oficial (4.43-54)
- Visita a Jerusalém para uma festa anual (capítulo 5)
- A multiplicação de pães para 5 mil e sermão sobre o pão da vida (capítulo 6)
- Jesus na festa das cabanas (capítuloss 7, 8)
- A cura do cego de nascença (capítulos 9)
- A parábola do Bom Pastor (10.1-21)
- Debate na festa da Dedicação (10.22-39)
- O ministério na Peréia (10.40-42)
- A ressurreição de Lázaro (capítulo 11)
- A Semana da Paixão (capítulos 12—19)
- A unção dos pés de Jesus (12.1-11)
- A entrada triunfal (12.12-19)
- A chegada dos gregos (12.20-36)
- A continuada incredulidade dos judeus (12.37-50)
- Os discursos de despedida (capítulos 13—17)
- Discurso na última ceia (capítulos 13, 14)
- Discurso a caminho do Getsêmani (capítulos 15, 16)
- A oração intercessória de Jesus (capítulo 17)
- Jesus é traído e preso (18.1-12)
- Os julgamentos de Jesus (18.13—19.15)
- A crucificação e o sepultamento (19.16-42)
- A ressurreição (20.1-29)
- Declaração de propósito (20.30,31)
- Epílogo (capítulo 21)
Fonte: Bíblia de Estudo NVI (Nova Versão Internacional) – Editora Vida
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