Autor da primeira carta de João

O autor é João, filho de Zebedeu veja Marcos 1.19,20 — apóstolo e autor do evangelho de João e do Apocalipse veja a “Introdução, João/ Apocalipse: Autor.

Talvez fosse primo em primeiro grau de Jesus sua mãe talvez fosse Salomé, possível irmã de Maria; confira em Mateus 27.56; Marcos 15.40; 16.1; João 19.25 — segundo os que defendem essa opinião, a irmã da mãe de Jesus neste último versículo refere-se a Salomé; alguns supõem ainda que “Maria, esposa de Clopas”, sendo aposto de “a irmã dela da mãe de Jesus”, é a mesma Salomé).

Era pescador, membro do círculo mais íntimo de Jesus (além de Tiago e Pedro); e “o discípulo a quem Jesus amava” João 13.23. Ao contrário da maioria das cartas do novo testatamento , primeira carta de João não declara o autor.

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A identificação mais antiga dele provém dos pais da igreja: Ireneu (c. 140-203), Clemente de Alexandria (c. 150-215), Tertuliano (c. 155-222) e Orígenes (c. 185-253) identificavam o escritor como o apóstolo João. Segundo sabemos, ninguém mais foi apresentado como possível autor pela igreja primitiva.

  1. Essa evidência tradicional é confirmada pelas provas contidas na própria carta:
    O estilo do evangelho de João é notavelmente semelhante ao dessa carta. Ambos são escritos em grego singelo, empregando figuras contrastantes, como luz e trevas, vida e morte, verdade e mentiras, amor e ódio.
  2. São impressionantes as frases e as expressões semelhantes entre os dois livros,
    como as que se acham nos trechos abaixo:
    1º JoãoEvangelho de João
    1.11.1, 14
    1.416.24
    1.6,73.19-21
    2.713.34, 35
    3.88.44
    3.145.24
    4.68.47
    4.91.14;18; 3.16
    5.95.32, 37
    5.123.36
  3. A menção do testemunho ocular (1.1-4) está em harmonia com o fato de João ter sido seguidor de Cristo desde os primeiros dias de seu ministério.
  4. O estilo autorizado que permeia a carta (encontrado nos mandamentos, 2.15,24,28; 4.1; 5.21; nas asseverações firmes, 2.6; 3.14; 4.12 e na identificação precisa das heresias, 1.6,8; 2.4,22) é o que seria de esperar de um apóstolo.
  5. As hipóteses de idade avançada (por chamar os leitores de “filhinhos”, 2.1,28; 3.7) concordam com a tradição da igreja primitiva a respeito da idade de João ao escrever os livros comprovadamente dele.
  6. A designação dos hereges como anticristos (2.18), mentirosos (2.22) e filhos do diabo (3.10) condiz com a caracterização que Jesus faz de João como filho do trovão Marcos 3.17.
  7. As indicações de um relacionamento íntimo com o Senhor (1.1; 2.5,6,24,27,28) se ajustam às descrições de “discípulo a quem Jesus amava” e de discípulo que se reclinava “ao lado dele” João 13.23.

Data da primeira carta de João

É difícil datar a carta com exatidão, mas fatores como

  1. as evidências de escritores cristãos primitivos (Ireneu e Clemente de Alexandria),
  2. a forma primitiva de gnosticismo refletida nas denúncias da carta e
  3. as indicações da idade avançada de João tornam possível o fim do século I .

Como o autor de primeira carta de João parece desenvolver conceitos e temas que se acham no quarto evangelho veja 1Jo 2.7-11), é razoável datar a carta em algum ano entre 85 e 95 d.C., depois que ele escreveu o evangelho, que talvez tenha sido escrito c. 85 d.C. veja “Introdução, João: Data”.

Destinatários da primeira carta de João

1João 2.12-14,19; 3.1; 5.13 deixam claro que a carta era endereçada a crentes. Mas a própria carta não mostra quem eram, nem onde moravam. O fato de não mencionar ninguém por nome faz supor que se tratava de carta circular, enviada a cristãos de vários lugares.

Evidências de escritores cristãos primitivos situam o apóstolo João em Éfeso a maior parte de seus últimos anos de vida (c. 70-100 d.C.). O primeiro uso confirmado de 1João foi na província da Ásia (atual Turquia), onde Éfeso se localizava. Clemente de Alexandria mostra que João desenvolveu seu ministério nas várias igrejas espalhadas por todas as partes dessa província. Pode-se tomar por certo, no entanto, que 1João foi enviada às igrejas da província da Ásia.

O gnosticismo

Uma das heresias mais perigosas dos dois primeiros séculos da igreja foi o gnosticismo. Sua doutrina central era que o espírito é inteiramente bom e a matéria, inteiramente má. Desse dualismo antibíblico fluíram cinco erros importantes:

  1. O corpo do homem, que é matéria, é mau por essa mesma razão. Deve ser diferenciado de Deus, que é totalmente espírito e, por isso mesmo, totalmente bom.
  2. A salvação é escapar do corpo, sendo obtida não mediante a fé em Cristo, mas por meio de conhecimento especial (a palavra grega traduzida por “conhecimento” é gnosis, de onde, gnosticismo).
  3. A verdadeira humanidade de Cristo era negada de duas maneiras:
    • alguns diziam que Cristo somente parecia ter corpo, e essa teoria era chamada docetismo, do grego dokeo (“parecer”);
    • outros diziam que o Cristo divino uniu-se ao homem Jesus no batismo, abandonando-o antes de morrer, teoria essa chamada cerintismo, segundo o nome do seu porta-voz mais destacado, Cerinto. Essa opinião forma o contexto de boa parte de 1João veja 1.1; 2.22; 4.2,3.
  4. Como o corpo era considerado mau, devia ser tratado com rigor. Essa forma ascética de gnosticismo forma o contexto de parte da carta aos colossenses (2.21-23).
  5. Paradoxalmente, esse dualismo também levava à licenciosidade. O raciocínio era que, como a matéria — e não a violação da lei de Deus (1Jo 3.4) — era considerada má, a violação da sua lei não era de conseqüência moral.

O gnosticismo com o qual o NT lidava era uma forma primitiva dessa heresia, não o sistema desenvolvido e já complexo dos séculos II e III . Além da forma encontrada em Colossenses e nas cartas de João, alguma familiaridade com o gnosticismo primitivo se vê refletida em 1 e 2Timóteo, em Tito, em 2Pedro e talvez em 1Coríntios.

Ocasião e propósito

Os leitores de João eram confrontados com uma forma primitiva da variedade ceríntia da doutrina gnóstica (v. “O gnosticismo”). Essa heresia também era libertina, repudiando todas as restrições morais.

Em conseqüência, João escreveu a carta com dois propósitos básicos em mente:

  1. desmascarar os falsos mestres (2.26) e
  2. dar aos crentes a certeza da salvação (5.13). Em conformidade com a intenção de combater os mestres gnósticos, João atacou especificamente a total falta de moral que tinham (3.8-10); e, ao prestar testemunho ocular da encarnação, procurou confirmar a fé dos seus leitores no Cristo encarnado (1.3). Se lograsse êxito nesse aspecto, o autor se encheria de alegria (1.4).

Esboço*

  1. Introdução: a realidade da encarnação (1.1-4)
  2. A vida cristã como comunhão com o Pai e com o Filho (1.5—2.28)
    • Testes éticos de comunhão (1.5—2.11)
      • Semelhança moral (1.5-7)
      • Confissão do pecado (1.8—2.2)
      • Obediência (2.3-6)
      • Amor aos irmãos na fé (2.7-11)
    • Duas digressões (2.12-17)
    • Teste cristológico de comunhão (2.18-28)
      • Contraste: apóstatas vs. cristãos (2.18-21)
      • Pessoa de Cristo: o âmago do teste (2.22,23)
      • Fé persistente: o segredo da comunhão continuada (2.24-28)
  3. A vida cristã como filiação divina (2.29—4.6)
    • Testes éticos de filiação (2.29—3.24)
      • Justiça (2.29—3.10a)
      • Amor (3.10b-24)
    • Testes cristológicos de filiação (4.1-6)
  4. A vida cristã como integração da ética e da cristologia (4.7—5.12)
    • O teste ético: o amor (4.7—5.5)
      • A origem do amor (4.7-16)
      • O fruto do amor (4.17-19)
      • O relacionamento entre o amor a Deus e o amor ao nosso irmão espiritual (4.20—5.1)
      • A obediência: evidência do amor aos filhos de Deus (5.2-5)
    • O teste cristológico (5.6-12)
  5. Conclusão: grandes certezas cristãs (5.13-21)

Fonte: Bíblia de Estudo NVI (Nova Versão Internacional) – Editora Vida

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