Autor e data da primeira carta aos Coríntios

Paulo é reconhecido como o autor, tanto na própria carta (1.1,2; 16.21) quanto pelos primeiros pais da igreja. Sua autoria foi estabelecida com precisão por Clemente de Roma já em 96 d.C., e hoje praticamente todos os estudiosos do novo testamento concordam nesse ponto.

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A carta foi escrita c. 55 d.C., perto do fim dos três anos da permanência de Paulo em Éfeso veja 16.5-9; Atos dos Apóstolos 20.31. Na referência que Paulo faz à sua permanência em Éfeso até o Pentecoste (16.8), fica claro que tinha intenções de passar menos de um ano ali quando escreveu primeira carta aos Coríntios.

 

A cidade de Corinto

Estima-se que nos dias de Paulo em Corinto teria uma população de cerca de 250 mil cidadãos livres e não mais de uns 400 mil escravos. Sob vários aspectos, era a cidade principal da Grécia.

  1. O comércio. Localizada ao lado do istmo de Corinto, era uma encruzilhada para viajantes e comerciantes. Tinha dois portos:
    • Cencréia, 9 km a leste do golfo Sarônico, e
    • Lecaião, uns 2 km a oeste, no golfo de Corinto. As mercadorias atravessavam o istmo pela Diolco, estrada pela qual navios menores podiam ser arrastados, plenamente carregados, e pela qual as cargas de navios maiores podiam ser transportadas por vagões de um lado para o outro.  Mercadorias fluíam pela cidade
      desde a Itália e a Espanha, a oeste, e da Ásia Menor, da Fenícia e do Egito, a leste.
  2. A cultura. Embora Corinto não fosse uma cidade universitária como Atenas, não deixava de caracterizar-se pela cultura grega. Seus habitantes interessavam-se pela filosofia grega e tinham a sabedoria na mais alta estima.
  3. A religião. Corinto continha pelo menos 12 templos. Não se sabe com certeza se todos estavam em funcionamento nos dias de Paulo. Um dos mais infames era dedicado a Afrodite, a deusa do amor, cujos adoradores praticavam a prostituição religiosa. Uns 400 metros ao norte do teatro ficava o templo de Asclépio, o deus da cura, e no meio da cidade estava localizado o templo de Apolo, que data do século VI a.C. Além disso, os judeus tinham fundado uma sinagoga, cujo lintel inscrito foi descoberto e depositado no museu da parte antiga de Corinto.
  4. A imoralidade. Assim como qualquer cidade comercial, Corinto era centro de imoralidade pública e irrefreada. A adoração a Afrodite promovia a prostituição em nome da religião. Em certo período, mil prostitutas sagradas serviam no seu templo. A imoralidade de Corinto tornou-se tão amplamente divulgada, que o verbo grego
    “corintianizar” veio a significar “praticar imoralidade sexual”. Num ambiente como esse, não é de admirar que a igreja de Corinto estivesse atormentada por numerosos problemas.

Ocasião e propósito primeira carta aos Coríntios

Paulo tinha recebido informações de várias fontes a respeito das condições presentes na igreja de Corinto. Alguns membros da casa de Cloé tinham-lhe informado a respeito das facções que se haviam alastrado na igreja (1.11).

Havia três indivíduos — Estéfanas, Fortunato e Acaico — que haviam ido até Paulo em Éfeso para dar alguma contribuição ao seu ministério (16.17), mas não sabemos se provinham da casa de Cloé.

Alguns dos que foram ter com Paulo trouxeram informações preocupantes a respeito das irregularidades morais da igreja capítulos 5 e 6. A imoralidade acossava a assembléia de Corinto quase desde o início. Fica claro em 5.9,10 que Paulo já havia escrito a respeito da frouxidão moral.

Ele tinha conclamado os crentes: “vocês não devem associar-se com pessoas imorais” (5.9). Por ter sido mal compreendido nisso, agora acha necessário tornar mais claras suas instruções (5.10,11) e conclamar à ação imediata e drástica (5.3-5,13).

Outros visitantes de Corinto tinham trazido uma carta da igreja que pedia conselhos sobre vários assuntos veja 7.1; confira em 8.1; 12.1; 16.1). Fica claro que, embora a igreja possuísse dons espirituais (v. 1.4-7), era imatura e com pouca espiritualidade (3.1-4). Os propósitos de Paulo ao escrever eram:

  1. instruir e restaurar a igreja nas suas áreas de fraqueza, corrigindo práticas errôneas como divisões (1.10—4.21), imoralidade capítulos. 5; 6.12-20, litígio nos tribunais pagãos (6.1-8) e abuso da Ceia do Senhor (11.17-34);
  2. corrigir doutrinas falsas a respeito da ressurreição capítulo. 15)
  3. dar instruções a respeito da oferta a favor dos crentes empobrecidos de Jerusalém (16.1-4).

Tema da primeira carta aos Coríntios

A carta gira em torno dos problemas da prática cristã na igreja. Portanto, relaciona-se com a santificação progressiva, com o contínuo aperfeiçoamento da santidade do caráter. Obviamente, Paulo tinha preocupação pelos coríntios em seus problemas, revelando ter um verdadeiro coração de pastor.

Aplicabilidade da primeira carta aos Coríntios

Essa carta é oportuna para a igreja de hoje, tanto para instruir quanto para inspirar. A maior parte das perguntas e dos problemas que a igreja de Corinto tinha diante de si está ainda bem presente conosco — problemas como imaturidade, instabilidade, divisões, ciúmes e inveja, causas na justiça, dificuldades conjugais, imoralidade sexual e o mau uso dos dons espirituais.

Mas, apesar de se concentrar em problemas, o livro contém alguns dos capítulos mais conhecidos e amados de toda a Bíblia — e.g., o 13 (sobre o amor) e o 15 (sobre a ressurreição).

Esboço

  1. Introdução (1.1-9)
  2. Divisões na igreja (1.10—4.21)
    • O fato das divisões (1.10-17)
    • As causas das divisões (1.18—4.13)
      • Um conceito errôneo da mensagem cristã (1.18—3.4)
      • Um conceito errôneo do ministério cristão e dos seus ministros (3.5—4.5)
      • Um conceito errôneo do cristão (4.6-13)
    • Exortação para terminar as divisões (4.14-21)
  3. Desordem moral e ética na vida da igreja (capítulos 5, 6)
    • A frouxidão na disciplina eclesiástica (capítulo 5)
    • Causas jurídicas diante de juízes não-cristãos (6.1-11)
    • A licenciosidade ou imoralidade sexual (6.12-20)
  4. Instrução sobre o casamento (capítulo 7)
    • Prólogo: princípios gerais (7.1-7)
    • Os problemas dos casados (7.8-24)
    • Os problemas dos solteiros (7.25-40)
  5. Instrução sobre práticas questionáveis (8.1—11.1)
    • Os princípios envolvidos (capítulo 8)
    • Os princípios ilustrados (capítulo 9)
    • Advertência da história de Israel (10.1-22)
    • Os princípios aplicados (10.23—11.1)
  6. Instrução sobre a adoração pública (11.2—14.40)
    • O decoro na adoração (11.2-16)
    • A ceia do Senhor (11.17-34)
    • Os dons espirituais (capítulos 12—14)
      • O teste dos dons (12.1-3)
      • A unidade dos dons (12.4-11)
      • A diversidade dos dons (12.12-31a)
      • A necessidade de exercer os dons com amor (12.31b—13.13)
      • A superioridade da profecia sobre as línguas (14.1-25)
      • Regras que governam o culto público (14.26-40)
  7. Instrução sobre a ressurreição (capítulo 15)
    • A certeza da ressurreição (15.1-34)
    • Exame de certas objeções (15.35-57)
    • Apelo final (15.58)
  8. Conclusão: questões práticas e pessoais (cap. 16)

Fonte: Bíblia de Estudo NVI (Nova Versão Internacional) – Editora Vida

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