Autor da Carta aos Hebreus
O escritor da carta aos hebreus não se identifica, mas era indubitavelmente bem conhecido entre os seus destinatários. Embora durante uns 1.200 anos desde (400 a 1600 d.c).
O livro fosse comumente chamado Epístola de Paulo aos Hebreus, não havia concordância nos primeiros séculos a respeito de sua autoria. Desde a Reforma, vem-se reconhecendo amplamente que Paulo não poderia ter sido o autor.
Não há desarmonia entre a doutrina de Hebreus e das cartas do Apóstolo Paulo, mas os realces específicos e os estilos de composição são marcadamente diversos entre si. De modo contrário à prática do Apóstolo Paulo, o autor de Hebreus não se identifica em nenhuma parte da carta.
Além disso, a declaração “Está Salvação, primeiramente anunciada pelo Senhor, foi-nos confirmada pelos que a ouviram” capitulo 2 versículo 3, mostra que o autor nem estivera com Jesus durante seu ministério terreno, nem recebera a revelação especial diretamente do Senhor ressurreto que o apostolo Paulo recebera confira na carta aos Gálatas capitulo 1 versículos 11 e 12.
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A hipótese mais antiga da autoria acha-se em De pudicitia, 20 de Tertuliano (c.200), em que cita “uma epístola aos hebreus com o nome de Barnabé”. A própria carta deixa claro que o escritor deve tido autoridade na Igreja Apostólica, um cristão hebreu intelectual, bom conhecedor do Antigo Testamento.
Barnabé cumpre esses pré-requisitos. Era judeu, da tribo sacerdotal de Levi, podemos verificar em Atos dos Apóstolos capitulo 4 versículo 36, tendo se tornado amigo íntimo do Apóstolo Paulo depois que este se convertera. Sob a orientação do Espirito Santo, a igreja de Antioquia comissionou Barnabé e Paulo para obra de evangelização e os enviou em uma primeira viagem missionária podemos verificar em Atos dos Apóstolos capitulo 13 versículos 1 ao 4.
O outro candidato dos mais importantes para a autoria é Apolo, cujo o nome foi proposto pela primeira vez por Martinho Lutero, sendo hoje apoiado por muitos estudiosos. Apolo, alexandrino de nascença, era também judeu cristão com notáveis capacidades intelectuais e oratórias.
Lucas informa que “Ele era homem culto e tinha grande conhecimentos das Escrituras”, vejamos Atos dos Apóstolos capitulo 18 versículo 24. Também sabemos que Apolo foi companheiro do Apóstolo Paulo nos primeiros anos da Igreja de Corinto, podemos ver na Carta aos Corintios capitulo 1 versículo 12, capitulo 3 versículos 4 ao 6 e versículo 22.
Data
A Carta aos Hebreus deve ter sido escrita antes da destruição de Jerusalém e do templo, em 70 D.C visto que:
- Se tivesse sido escrita após esta data, o autor teria forçosamente mencionado a destruição do templo e o fim do sistema sacrificial judaico;
- O autor emprega de modo sistemático o tempo presente grego quando fala do templo e das atividades sacerdotais a ele associadas.
Destinatários da Carta aos Hebreus
A Carta aos Hebreus foi endereçada primordialmente aos Judeus convertidos que tinham familiaridade com o antigo testamento e estavam sendo tentados a retornar para o judaísmo ou judaizar o evangelho. Alguns acreditam que esses judeus cristãos professos estavam pensando na possibilidade de uma fusão com alguma seita judaica, como a de Qumran, nas proximidades do Mar Morto.
Também existem opiniões de que os destinatários estavam entre o “grande número de sacerdotes que obedecia à fé, podemos verificar em Atos dos Apóstolos capitulo 6 versículo 7”
Tema
O Tema da Carta aos Hebreus é a total supremacia e suficiência de Jesus Cristo como revelador e mediador da graça de Deus. O prólogo capítulo 1 versículo 1 ao 4 apresenta Cristo como a plena e definitiva revelação de Deus, ultrapassando em muito a revelação preliminar e limitada do Antigo Testamento.
As profecias e as promessas do Antigo Testamento são cumpridas na “nova aliança” (ou “novo testamento”), da qual Cristo é o mediador. Com base no próprio Antigo Testamento, demostra-se que CRISTO é o superior aos profetas antigos, aos anjos, a Moisés (o mediador da antiga aliança), bem como a Arão e à sucessão sacerdotal que dele descendia. Hebreus podia também ser chamado “Livro das Coisas Melhores“, visto que as duas palavras gregas traduzidas por “melhor” e “superior” ocorrem 15 vezes na carta.
Aplicações práticas desse tema são oferecidas do começo ao fim do livro. Os leitores são avisados que não podem voltar ao antigo sistema judaico, nem continuar nele, pois ele foi ultrapassado pelo sacerdócio incomparável de Cristo.
O povo de Deus deve agora confiar exclusivamente em Cristo, cuja sua morte expiatória, ressurreição e ascensão abriram caminho para o verdadeiro santuário celestial para presença de Deus. Os crentes, resistindo às tentações de desistirem da luta, devem preservar na corrida espiritual que empreenderam.
De outra forma, poderão ser condenados da mesma forma que a geração rebelde dos israelitas no deserto.
Esboço
- Prólogo: a superioridade da nova revelação de Deus (1:1-4)
- A Superioridade de Cristo em relação aos líderes da antiga aliança (1:5 – 7:28)
- Cristo é superior aos anjos (1.5 -2.18)
- Prova Bíblica da superioridade (1.5-14)
- Exortação para não desconsiderar a revelação de Deus em seu filho (2.1-4)
- Mais provas bíblicas da superioridade sobre os anjos (2.5-18)
- Cristo é Superior a Moisés
- Demonstração da Superioridade de Cristo (3:1-6)
- Exortação para entrar no descanso da salvação (3.7-4.13)
- Cristo é superior aos sacerdotes arônicos (4.14 – 7.28)
- Exortação para se manterem firmes (4.14-16)
- Qualificações de um sacerdote (5.1-10)
- Exortação para abandonar a letargia espiritual (5.11 – 6.12)
- Certeza da promessa de Deus (6.13-20)
- A ordem sacerdotal de Cristo (Cap. 7)
- A obra Sacrificial superior do nosso sumo sacerdote (Caps. 8 -10)
- Uma melhor aliança (Cap. 8)
- Um melhor santuário (9.1-12)
- Um melhor sacrifício (9.13-10.18)
- Exortações (10.19-39)
- Apelo final pela fé perseverante (Caps. 11, 12)
- Exemplos dos heróis da fé no passado (cap. 11)
- Encorajamento à fé perseverante (12.1-11)
- Exortações à fé perseverante (12.12-17)
- Motivação para à fé perseverante (12.18-29)
- Conclusão (Cap. 13)
- Regras práticas para o viver cristão (13.1-17)
- Pedido de oração (13. 18,19)
- Bênção (13. 20,21)
- Observações pessoais (13. 22,23)
- Saudações e bênção final (13.24,25)
Fonte: Bíblia de Estudo NVI (Nova Versão Internacional) – Editora Vida
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