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Introduçao Carta de Judas

Autor da Carta de Judas

O autor da carta de Judas se apresenta-se como Judas (v.1), nome hebraico e grego comum entre os judeus.
Dos assim chamados no Novo Testamento, o que mais probabilidade tem de ser autor dessa carta é:

  1. O apóstolo Judas (Lucas capítulo 6, versículo 16 e Atos dos Apóstolos capitulo 1 versículo 13) – não Judas Iscariotes
  2. Judas, o irmão do SENHOR (Mateus capitulo 13 versículo 55 e Marcos capítulo 6 versículo 3).

Este é o mais provável. Por exemplo, o autor não reivindica ser apóstolo, e até mesmo parece declarar-se diferente dos apóstolos. Além disso, refere-se a si mesmo como irmão de Tiago ver versículo número 01 do capítulo 01.

Em geral, uma pessoa dos dias de Judas se apresenta como filho de alguém, e não como irmão. O motivo da exceção aqui pode ter sido a posição de destaque de que Tiago desfrutava na igreja de Jerusalém, você pode verificar na introdução de Tiago.

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Embora nem Judas e nem Tiago se apresentem como irmão do Senhor, outros não hesitavam em se referir a eles dessa forma. Segundo parece, não pediam para ser escultados em razão do privilégio especial de serem membros da família de José e Maria.

Possíveis referências à carta de Judas ou citações dela existem desde data muito remota: e.g., em Clemente de Roma (c. 96 depois de Cristo). Era aceita por Clemente de Alexandria (155-215), por Tertuliano (150-222) e por Orígens (185-253); foi incluída no Cânon muratório (c.170) e aceita por Atanásio (298-373) e pelo Concílio de Cartago (397). Eusébio (265-340) relacionou a carta entre os livros questionados, embora reconhecesse que muitos a consideravam escrita por Judas.

Segundo Jerônimo e Dídimo, alguns não aceitavam a carta como canônica por causa do uso de escritos não-inspirados ou apócifros. Mas o bom senso tem feito reconhecer que um autor inspirado pode legitimamente fazer uso de escritos não-inspirados quer para fins ilustrativos, quer para o aproveitamento de matéria historicamente fidedigna ou aceitável por outras razões -, sem com isso querer defender, necessariamente, a inspiração desses escritos.

Sob a influência do Espírito Santo, a igreja chegou a convicção de que a autoridade de Deus está por trás das carta de Judas. O fato de essa carta ter sido questionada, posta a prova e ainda  assim ser definitivamente aceita pelas igreja mostra quão fortes são suas justas alegações de autenticidade

Data

Nada existe na carta que exija data posterior à existência de Judas, irmão do Senhor. O erro que o autor está combatendo, assim como o de segunda carta de Pedro, não é a doutrina herética do séc. II, mas a que já podia desenvolver-se em data recuada. Confira:

  1. Atos dos Apóstolos capitulo 20 versículos 29 e 30;
  2. Carta aos Romanos, capítulo 6 versículo 1;
  3. Primeira carta aos Coríntios capítulo  5 versículos 1 ao 11;
  4. Segunda carta aos Coríntios capítulo 12 versículo 21
  5. Carta aos Gálatas capítulo 5 versículo 13;
  6. Carta aos Efésios capítulo 5 versículos 3 ao 17;
  7. Primeira carta aos Tessalonicenses capítulo 4 versículo 6.
  8. Veja a Introdução da Segunda Carta de Pedro: Data

Outrossim, nada existe na carta que exija data posterior aos dias dos apóstolos, como alguns têm sustentado. É até mesmo possível que os leitores de Judas tenham ouvido alguns dos apóstolos falar confira os versículos 17,18.

Semelhantemente, o emprego da palavra “fé” no sentido objetivo de corpus de verdade em que os fiéis criam versículo 3, não exige datação tardia da carta. A palavra era usada nesse sentido já na carta aos Gálatas capítulo 1 versículo 23. A questão da afinidade entre carta de Judas e segunda carta de Pedro relaciona-se com a data de Judas. Se segunda carta de Pedro cita Judas — opinião comumente aceita — é lógico que Judas deve ser datada antes de segunda carta de Pedro, provavelmente c. 65 a.C. Caso contrário, seria possível uma data até c. 80.

Destinatários

A designação das pessoas às quais Judas endereçou a carta é muito genérica. Podia aplicar-se a cristão judeus, a cristãos gentios ou a ambos. Onde moravam também não está indicado. Não se deve tomar por certo que, embora pareça que Segunda Carta de Pedro capitulo 2 e Judas capitulo 4 versículo 18 referem-se a situação semelhantes, as duas cartas tenham sido escritas às mesmas pessoas. O tipo de heresia retratado nesses dois trechos era amplamente generalizado.

Ocasião e propósito

Embora Judas estivesse muito ansioso para escrever a seus leitores a respeito da salvação, achava que, pelo contrário, deveria adverti-los a respeito de certos homens imorais que circulavam entre eles e pervertiam a graça de Deus confira o versículo 4 do capítulo 1. Segundo parece, esses falsos mestres estavam tentando convencer os que ser salvos pela graça lhes  outorgava a liberdade de pecar, uma vez que seus pecados já não seriam contados contra eles. Judas considerava imperativo que seus leitores fossem prevenidos contra tais homens, preparando-se para fazer oposição às doutrinas pervertidas desdes com a verdade a respeito da graça salvífica de Deus.

Em geral se aceita que esses falsos mestres eram gnósticos. Embora essa identificação possa estar correta, trata-se de precursores do gnosticismo plenamente desenvolvido, que só passou a existir no século II (confira a Introdução, Segunda Carta de Pedro: Data).

Esboço

  1. Saudação (1,2)
  2. Ocasião da Carta de Judas (3,4)
    • A mudança de Assunto
    • A razão da mudança: a presença de apóstatas ímpios (4)
  3. Advertência contra os falsos mestres (5-16)
    • Exemplos históricos do julgamento de apóstatas (5-7)
      • Israel incrédulo (5)
      • Anjos que caíram (6)
      • Sodoma e Gomorra (7)
    • Descrição dos apóstatas nos dias de Judas (8-16)
      • Deplorada sua conversa difamatória (8-10)
      • Seu caráter retratado vividamente (11-13)
      • Sua destruição profetizada (14-16)
  4. Exortação aos crentes (17-23)
  5. Doxologia final (24-25)

Fonte: Bíblia de Estudo NVI (Nova Versão Internacional) – Editora Vida

Você gostou da Introdução da Carta de Judas?Você pode ter mais informações na página de sermões onde traz inúmeros sermões e introduções de outras cartas.

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