As Cartas Pastorais
Primeira carta a Timóteo, Segunda Carta a Timóteo e Tito são conhecidas como “cartas pastorais” porque oferecem instrução a Timóteo e a Tito a respeito do cuidado pastoral das igrejas. Essas três cartas provavelmente foram escritas não muito tempo depois dos acontecimentos de Atos dos Apóstolos 28.
Depois do seu encarceramento em Roma (c. 60-62 d.C.), Paulo, como é mais provável, começou a quarta viagem missionária. Durante essa viagem, comissionou Tito para permanecer em Creta como seu representante, deixando Timóteo encarregado da igreja de Éfeso.
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Paulo, então, passou adiante para Filipos, no norte da Grécia (Macedônia), onde escreveu a primeira carta a Timóteo e a carta a Tito (c. 63-65). Posteriormente, viajou até Roma, onde foi encarcerado pela segunda vez e onde escreveu segunda carta a Timóteo, pouco antes de ser executado (67 ou 68).
Certos temas e expressões são recorrentes do começo ao fim das cartas pastorais:
- Deus, o Salvador;
- sã doutrina, fé e ensino;
- vida consagrada;
- controvérsias (1Tm 1.4; 6.4; 2Tm 2.23; Tt 3.9)
- afirmações dignas de confiança.
Autor
Tanto a tradição da igreja primitiva (Policarpo, c. 110; Irineu, c. 175; Clemente de Alexandria, c. 200; Tertuliano, c. 200; Orígenes, c. 250; Eusébio c. 315) quanto as saudações nas próprias cartas pastorais primeira carta a Timóteo 1:1; segunda carta a Timóteo 1:1; Tito 1:1) confirmam Paulo como autor dessas missivas.
Algumas objeções têm sido feitas em anos recentes, com base no vocabulário e no estilo que supostamente não seriam próprios de Paulo. A expressão não se acha em nenhuma outra parte do novo testamento, mas é usada cinco vezes nas cartas pastorais aqui; 3.1; 4.9; segunda carta a Timóteo 2.11; Tito 3.8 para identificar uma declaração fundamental; 2.2 piedade.
Palavra fundamental (junto com “piedoso”) nas cartas pastorais, que ocorre 8 vezes em primeira carta Timóteo aqui; 3.16; 4.7,8; 6.3,5,6,11, uma vez em segunda carta a Timóteo (3.5) e uma vez em Tito (1.1), mas em nenhum outro lugar nos escritos de Paulo, mas ainda há provas convincentes da autoria paulina.
Antecedentes e propósito
Durante a quarta viagem missionária, Paulo dera ordens a Timóteo para que cuidasse da igreja de Éfeso (1.3) enquanto o próprio Paulo seguiria viagem à Macedônia.
Quando tomou consciência de que talvez não voltasse a Éfeso no futuro próximo (3.14,15), escreveu essa primeira carta a Timóteo para explicar com maiores detalhes a incumbência que dera ao jovem assistente (1.3,18) de refutar os falsos ensinos (1.3-7; 4.1-8; 6.3-5,20,21) e supervisionar os assuntos da igreja de Éfeso, que estava em estado de desenvolvimento: o culto na igreja (2.1-15) e a nomeação de líderes eclesiásticos qualificados (3.1-13; 5.17-25).
Um problema de vulto na igreja de Éfeso era uma heresia que combinava entre si o gnosticismo veja a “Introdução, 1João: O gnosticismo”, o judaísmo decadente (1.3-7) e o falso ascetismo (4.1-5).
Data
Primeira carta a Timóteo foi escrita algum tempo depois dos acontecimentos de Atos dos Apóstolo 28 (c. 63-65), pelo menos oito anos após a permanência de Paulo em Éfeso por três anos Atos dos Apóstolos 19.8,10; 20.31.
Destinatários
Como mostra a saudação (1.2), Paulo está escrevendo a Timóteo, natural de Listra (atual Turquia). O pai de Timóteo era grego, ao passo que a mãe era uma judia cristã Atos dos Apóstolos 16.1. Desde a infância, Timóteo fora instruído no antigo testamento (segunda carta a Timóteo 1.5; 3.15). Paulo o chamava “meu verdadeiro filho na fé” (1.2), tendo-o levado a Cristo, talvez, durante a primeira visita a Listra.
Na ocasião da segunda visita, Paulo convidou Timóteo para acompanhá-lo nas viagens missionárias e o circuncidou para que a ascendência grega não fosse empecilho no trabalho entre os judeus (Atos dos Apóstlos 16.3). Timóteo compartilhou da evangelização da Macedônia e da Acaia (Atos dos Apóstolos 17.14,15; 18.5), permanecendo com Paulo boa parte do longo ministério de pregação em Éfeso (Atos dos Apóstolos 19.22).
Viajou com Paulo de Éfeso até a Macedônia, depois a Corinto, de volta à Macedônia e depois à Ásia Menor (Atos dos Apóstolos 20.1-6). Parece até mesmo ter acompanhado Paulo na viagem a Jerusalém. Esteve com Paulo durante o primeiro encarceramento do apóstolo (Filipenses 1.1; Colossenses 1.1; Filemon 1).
Depois da libertação de Paulo (após o relato de Atos dos Apóstolos 28), Timóteo voltou a viajar com ele, mas acabou ficando em Éfeso para lidar com problemas ali, ao passo que Paulo continuou viagem até a Macedônia. Percebe-se a intimidade que Paulo tinha com Timóteo e a admiração por ele quando Paulo o inclui como um dos remetentes de seis das suas cartas (segunda carta aos Corintios, Filipenses, Colossenses, primeira e segunga Tessalonicenses e Filemom) e quando se refere a ele com elogios diante dos filipenses (Filipenses 2.19-22).
No fim de sua vida, Paulo pediu que Timóteo fosse encontrar-se com ele em Roma (segunda carta a Timóteo 4.9,21). Segundo Hebreus 13.23, o próprio Timóteo foi preso e posteriormente solto — não se sabe se em Roma ou em outro lugar.
Timóteo não era apóstolo e provavelmente não era bispo, tendo em vista que recebeu instruções a respeito dos bispos (3.1-7; 5.17-22). Talvez seja melhor considerá-lo representante apostólico, comissionado para levar adiante uma tarefa especial veja Tito 1.5.
Esboço
- Saudação (1.1,2)
- Advertência contra os falsos mestres (1.3-11)
- A natureza da heresia (1.3-7)
- O propósito da lei (1.8-11)
- A graça do Senhor para com Paulo (1.12-17)
- O propósito das instruções de Paulo a Timóteo (1.18-20)
- Instruções a respeito da administração da igreja (caps. 2, 3)
- A. O culto público (cap. 2)
- A oração no culto público (2.1-8)
- As mulheres no culto público (2.9-15)
- Qualificações para líderes da igreja (3.1-13)
- Os bispos (3.1-7)
- Os diáconos (3.8-13)
- C. O propósito dessas instruções (3.14-16)
- A. O culto público (cap. 2)
- Modos de lidar com a falsa doutrina (cap. 4)
- Descrição da falsa doutrina (4.1-5)
- Explicação dos modos de lidar com ela (4.6-16)
- Modos de lidar com grupos diferentes na igreja (5.1—6.2)
- Os idosos e os jovens (5.1,2)
- As viúvas (5.3-16)
- Os presbíteros (5.17-25)
- Os escravos (6.1,2)
- Questões diversas (6.3-19)
- Falsos mestres (6.3-5)
- O amor ao dinheiro (6.6-10)
- Incumbência de Timóteo (6.11-16)
- Os ricos (6.17-19)
- Apelo final (6.20,21)
Fonte: Bíblia de Estudo NVI (Nova Versão Internacional) – Editora Vida
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